EXPIAÇÃO

No início, a expiação é compreendida materialisticamente como uma reparação exterior por uma falta legal (Lv 14,11-20.53-54; 23,26-32; Dt 13,7-11; 17,2-7; 19,15-21; Nm 35,32-34; 2Sm 12,13-15).

A expiação visa restabelecer a comunhão entre Deus e o homem, rompida por sua rebeldia. Em textos mais antigos, com a expiação procura-se acalmar a ira divina, punindo o pecador ou praticando um ato cultual (cf. 1Sm 26,19; 2Sm 21,1-14 e notas). Há também ritos expiatórios para apagar o pecado, representado como mancha, pelo sangue de uma vítima (Lv 16,14-16). Deus é quem institui a expiação e a efetua(17,11), quando lhe são oferecidos os sacrifícios pelo pecado e pela culpa.

Deus, intransigente no início, deixa-se dobrar pela sua misericórdia (Jr 7,16; 11,13-20; Gn 19,2-22; Jó 42,8-10; Am 7,3-10); e concede o perdão dos pecados (Os 14,3-5; Jr 3,21-22).

No NT, o povo que pecou muito tem necessidade dum “justo” que se imole por ele e o reconduza a Deus (Is 41,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12; Mt 12,15-21; Fl 2,8-11; Jo 12,31-34; 11,47-54; 1Pd 2,21-25).

S. Paulo apresenta a obra salvífica de Cristo pela cruz como uma reconciliação entre Deus e os homens (Rm 5,9-11; 2Cor 5,18-20; Cl 1,20; Ef 2,13-16).

O sacrifício de Cristo, de valor infinito, reparou para sempre todos os pecados (Hb 7,26-28; 10,4-14; 9,25-26; Ap 12,9-12; Rm 5,18-19). A Igreja, isto é, os cristãos associam-se à expiação de Cristo (Fl 3,10; Rm 8,17; 1Pd 4,13).

Ver “Dia da Expiação“.

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