JERUSALÉM

A teologia bíblica vê em Jerusalém uma cidade eleita por Deus (2Sm 5-7); torna-se um novo Sinai (monte Sião) com uma nova Lei (2Rs 22; Sl 15,1-4; Is 2,3; Sl 68,16-18; 48,2-6); torna-se o centro cultual de todas as tribos (Dt 12,1-14; 14,22-26).

Mas Jerusalém está longe de ser o ideal duma cidade celeste (Is 1,21-23; Jr 11,1-13; Ez 16; 23; Lc 19,41-47; 21,5-36; Mt 23,37-39); Deus pensa na construção de uma nova Jerusalém (Ez 40-48; Zc 14,1s; Is 2,2-5; 60; At 2,1-11) que é Cristo e o seu Corpo que é a Igreja (Jo 2,18-22; 1Cor 3,16-17; Ef 5,22-30; Ap 21-22; Gl 4,22-31).

Os cristãos viram na queda de Jerusalém (Mc 13; Mt 24) a realização das convulsões cósmicas anunciadas para os tempos messiânicos. Destruída Jerusalém no ano 70, os cristãos vêem na Igreja a nova cidade de Deus (Gl 4,26; Hb 12,22; Ap 14,1 e 21,9-27).

Subia-se a Jerusalém em peregrinação porque era o lugar do sacrifício (Dt 12,1-13,14; 14,22-26) e da manifestação da glória de Deus (Sl 132,13-15; 134); é também a meta da esperança escatológica; lá se reunirão todas as tribos e nações (Is 60; 35,6-10; Jr 31,12-14; Ne 12,31-38).

Os evangelhos, sobretudo Lc 9,51s, organizam a vida de Jesus como uma subida a Jerusalém (Mt 20,17-19; Mc 10,32-34). João escreve o seu evangelho como uma sucessão de subidas a Jerusalém, prelúdios da última e definitiva (Jo 2,13; 5,1; 7,1-10; 10,22s; 11,55s; 12,12).

Entrada em Jerusalém : Os profetas anunciam a entronização do Rei messiânico no monte Sião (Sl 2,6; 110,1-3; Mq 4,1-3; Zc 8,20-22; 14,16-19).

Os evangelistas narram a entrada de Jesus nesta cidade como a entronização do Rei messiânico, pobre e humilde (Zc 9,9; Mc 11,1-7; Lc 19,28-35). Os cânticos e os ramos da multidão são os próprios da Festa dos Tabernáculos que se realizava em setembro (Ne 8,14-18; Sl 118). Zc 14,21 anuncia que não mais haverá comerciantes no Templo.

Ver “Sião“.

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