MILAGRE

Os judeus tinham um conceito de milagre bastante diferente do nosso. Todas as manifestações de Deus, na natureza e na história, eram para eles maravilhosas (Sl 138,14; Jó 5,9). Atribuem a Deus todos os acontecimentos, como a derrota dum inimigo, um vento impetuoso, um rumor de passos (1Sm 14,22s.45; Gn 24,12-21; Ex 14,21-23; 2Sm 5,24). A história do povo eleito, no seu conjunto, é um milagre (Ex 7,10-13; Ne 9,20s; 1Rs 18,18-40; Is 7,10-14).

Também os magos faziam milagres (Ex 7,10-23; 8,1-15; 9,8-26; Nm 22-24). No entanto, os milagres só são sinais de Deus se houver fé (Ex 7,3-9; Dt 4,34; 6,22).

A essência do milagre na Bíblia está em ser ele um sinal do poder e da misericórdia de Deus (cf. Dt 13,2-6 e nota). O que importa é esta função de sinal e não o fato de estar acima das assim chamadas “leis da natureza”. Aliás, o israelita não distinguia entre causalidade natural e ação direta de Deus (Sl 19,1-7; 104; 135,6s; Jó 38). Por isso não distinguia entre sinais “naturais”e “sobrenaturais”. Também os milagres de Jesus são vistos como sinais da bondade divina, que provocam experiências de salvação (Mt 12,38s; Mc 8,11s) e levam a crer na doutrina e na pessoa de Jesus (Jo 2,11.18.23). Os milagres são sinais do Reino de Deus que vence a Satã (Mt 12,28; At 2,22; 10,38).

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